Abolição é celebrada com Rufar dos Tambores na Fortaleza de São José

Por: Anderson Calandrini

Em celebração ao dia da Abolição de Escravatura, que acontece nesse sábado, 13, a Secretaria Extraordinária de Políticas Para os Povos Afrodescendentes (Seafro) realiza o Rufar dos tambores da Fortaleza de São José de Macapá.

A partir das 16h acontecerão apresentações de tambores, celebrações de diversas religiões, rodas de capoeira e outras atrações. Todas as atividades tem por objetivos combater o racismo e a intolerância religiosa.

A Fortaleza de São José de Macapá foi escolhida como palco por simbolizar as lutas e conquistas dos povos afrodescendentes do Estado do Amapá, trazendo na história de sua construção a presença do suor, e do sangue de muitos negros e negras que trabalharam em sua construção. 

139 anos da abolição da escravatura:



No dia 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, um dispositivo legal de apenas dois parágrafos que, formalmente, acabou com a escravidão no Brasil. Nesta sexta-feira (13.05), são completados 129 anos da libertação, mas os impactos de quase quatro séculos de escravidão continuam presentes na sociedade brasileira.

A abolição da escravidão foi o desfecho de um processo longo, que por razões políticas, econômicas e sociais, levou ao desmantelamento da escravidão no Brasil.

Depois da abolição, não foram implementadas medidas para inserir a população negra na sociedade. Não houve, por exemplo, nenhuma ação para viabilizar o acesso à terra e à moradia e os negros tinham que disputar o mercado de trabalho com os brancos e imigrantes – na maior parte das vezes mais qualificados e sem carregar o ranço da escravidão recente. Os libertos também ficavam às margens das políticas de saúde e educação, impedindo que eles exercessem uma verdadeira cidadania.

Cento e vinte e nove anos se passaram e continua a haver em nosso país relações raciais muito assimétricas, com camadas populares majoritariamente formadas por negros condenadas à exclusão social. Levantamentos da ONU mostram, por exemplo, que 70% das pessoas que vivem em situação de extrema pobreza no Brasil são negros e que o salário médio da população negra no país é 2,4 vezes mais baixo que o dos brancos. Além disso, 80% dos analfabetos brasileiros são negros e mais de 40% das vítimas de homicídios no país são negros de 15 e 29 anos. Estes são apenas alguns dados, há muitos outros.

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