Estrelas Além do Tempo: O Preconceito tridimensional

Por: Anderson Calandrini


Já vi filmes que mostravam as dificuldades de ser negro no EUA quando o país era segregado. De ser mulher e negra em um país segregado. Mas o filme Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures) de 2016, vai além, e remonta um cenário com um preconceito tridimensional pois, além de serem mulheres e negras, as protagonistas trabalham em áreas que até hoje englobam muito preconceito e testosterona, as ciências exatas.


O filme retrata três histórias de mulheres que trabalhavam com matemática e áreas afins, como engenharia na National Aeronautics and Space Administration, a NASA, em uma época em que muitas universidades, dessas áreas, nos EUA, nem aceitavam negros, com algumas secessões. Agora imagina mulheres negras. Uma realidade que até hoje remonta a uma segregação secular sobre o fato de mulheres serem minorias em cursos que envolvam cálculos.


Talvez deva ser por isso que as histórias dessas personagens históricas: Katherine Johnson, Dorothy Vaughn e Mary Jackson ficaram escondidas por mais de 50 anos nos baús do preconceito (Nossa Que Frase Forte). 




Tudo isso aconteceu, mesmo com a importância dessas mulheres para a consolidação dos EUA na briga espacial, contra a URSS, que culminou com o primeiro homem a pisar na lua. (Cito essa parte para contextualizar a importância dessas mulheres para a NASA na época, e não por acreditar que o homem tenha viajado realmente a Lua).




O filme retrata a segregação racial no EUA. Momento histórico em que os negros tinham seus próprios banheiros públicos, locais em lanchonetes, ônibus e bebedouros. Um ambiente hostil para que três mulheres se destacassem em meio a vários físicos teóricos e engenheiros ocupados em ganhar uma corrida espacial contra a União soviética em meio a Guerra Fria.

Tão hostil que essas mulheres ficaram no esquecimento por longo tempo, o que rendeu a ideia para o nome original do Filme "Hidden Figures", que em uma tradução literal significa figuras ocultas ou escondidas.


O filme tem um ar cômico, mesmo com todo o enredo racista, e também traz uma espécia de crossover quando coloca como principal cientista, do projeto de lançamento de um foguete a órbita terrestre, o ator Jim Parsons, que ficou famoso por viver o físico teórico Sheldon Coorper, na série The Big Bang Theory.



E por Deus, uma das protagonistas, Katherine Johnson, interpretada pela atriz Taraji P. Henson, consegue ser mais inteligente que o cientista interpretado por Jim Parsons, um caminho que de longe nunca seria aceito por Sheldon Coorper.

Apesar de todos os indícios apontarem para vitórias expressivas do Filme LaLaLand, ainda acredito que boas histórias, baseadas em fatos reais tem mais força contra um remake baseada nos musicais dos anos 40/50. 

Mas por Deus. Sou apenas um leigo tentando falar decima.



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