A Origem da Palavra Torcedor: Devemos a torcida a "ELAS"

Por conta da paixão pelo futebol no Brasil somos milhares de torcedores espalhados pelo país. Mas como surgiu esse termo? Como o amor por um time nos tornou em torcedores ou torcedoras?

Bom, o que muitos aficionados pelo esporte não sabem é que esse termo tem origem no significado no radical original da palavra:

Torcer: Fazer girar um corpo pelas suas extremidades, cada uma em sentido contrário (Fonte: Dicionário Aurélio)

E apesar do futebol ser um esporte com maior apreço entre os homens, a origem da utilização desse termo, para as torcidas, está ligada ao sexo feminino. Isso mesmo. Você não entendeu errado. Se hoje somos torcedores, devemos isso as torcedoras do 'brasilzão' a fora.

O termo foi mencionado pela primeira vez por um cronista esportivo carioca, torcedor doente do Fluminense, isso mesmo, você também não entendeu errado, ainda há torcedores do fluminense (kkk), ou pelo menos havia no anos 20. Mas o Cronista em questão foi Coelho Neto, que usou o termo para falar sobre a movimentação das pessoas que iam ao estádio acompanhar os jogos.

Segundo o cronista, no passado, ir a um jogo de futebol era um evento de elite em que as pessoas iam muito bem vestidas, como se fosse para um baile de gala, mesmo quando isso implicava em ir ao Estádio por  baixo de 40º de temperatura. Calor esse, que logo fazia com que os apreciadores do espetáculo tirassem chapéus e luvas.

Uma arma para ser torcida no momento em que o jogo ficava mais nervoso. Assim surgiram os torcedores. Eram as torcedoras de luvas que deram nome aos fanáticos pelo esporte. Hoje o termo é usado para todos aqueles que sabem o que sentir o coração acelerar quando um simples gol é feito ou perdido.

Trecho da Crônica:

"No começo do futebol, ir ao estádio era um ato de elegância, principalmente, no Fluminense. Por isso o Fluminense até hoje tem essa fama de clube aristocrático. As mulheres se enfeitavam como se fossem ao Grande Prêmio Brasil, colocavam vestidos de alta costura, chapéus, luvas. Mesmo que a temperatura na cidade estivesse por volta dos 40º graus, elas iam de luvas. Como o calor era muito grande, elas tiravam as luvas e ficavam com as luvas nas mãos, e como ficavam nervosas com o jogo, elas as torciam ansiosamente. Os homens usavam a palheta, um chapéu de palha muito comum na época, muito elegante e também ficavam com o chapéu na mão (...)" Trecho da Crônica de Coelho Neto (21 de fevereiro de 1864 — Rio de Janeiro, 28 de novembro de 1934).