Revolução Islandesa: O "Panelaço" que deu certo

Por: Anderson Calandrini

Em junho de 2013 muitos brasileiros esboçaram um orgulho patriótico com os protestos que aconteceram em massa em todo o Brasil, contra os viciados grupos corruptos que tomam conta da política nacional. As pessoas se vestiram de branco ou com as cores nacionais e foram as ruas demonstrar que já estavam cheios de tantos casos de corrupção e do aumento das mazelas em todo o país.

Tudo foi muito bonito, mas assim como muitas iniciativas da sociedade civil organizada brasileira, a revolta do povo voltou a estática, sem movimentos que possam derrubar qualquer tipo de ação corrupta existentes nas diferentes esferas políticas do país. 

Hoje o que observamos são protestos na Avenida Paulista, principal via do país, e panelaços em prédio de classe média/alta de pessoas que defendem os seus partidos e não a melhora do social. São manifestantes que condenam a atual presidência, não porque estão cansados das mazelas, mas sim porque obteriam benefícios próprio se outro partido estivesse no poder.

Um caminho que também funciona de forma contrária, com os apoiadores do Partido dos Trabalhadores (PT), que não defendem a presidência, porque é o melhor para a prosperidade nacional, mas sim defendem os seus próprios umbigos, seja de forma corrupta ou por algum benefício que aquele partido que está a frente do país lhe repassa.


Em outras palavras as pessoas estão preocupadas com o que é melhor para si, e não com a prosperidades de todos. Um circulo vicioso que afunda ainda mais o país, que hoje tem seus principais representantes políticos sendo denunciados por esquemas de corrupção bilionários. Um olhar egocêntrico que não deixará o país sair desse ciclo vicioso formado há anos .

A sociedade civil brasileira deveria aprender a fazer protestos pacíficos com os Islandeses, que em 2008 iniciaram uma série de movimentos sociais que terminaram com a nacionalização dos bancos do país e com a demissão do primeiro ministro e todos os atores que o cercavam no parlamento. A ação que ficou conhecida como a Revolução Islandesa;

Tudo começou quando o 1º Ministro na época anunciou que para o país conseguir arcar com as dívidas com os bancos estrangeiros, em meio a queda da economia europeia de 2008, e a declaração de falência do país, seria necessário a contribuição do povo que ajudaria a pagar a dívida de 3,5 bilhões de euros, através de taxas mensais diluídas em 15 anos.

Um projeto que elevou os protestos no país, principalmente porque os islandeses defendiam que tal dívida era resultado do esbanjamento do dinheiro do povo pelo políticos e suas ações corruptas com escândalos financeiros. 

Por conta do plano de pagamento a população foi as ruas e conseguiu, em 2009, a antecipação das eleições e a demissão do ministro e todos governantes que o cercavam. 

Já com um novo governo o país começou a ser organizar e pedir a realização de mais plebiscitos para qualquer medida que fosse tomada pelos governantes. Assim a lei de parcelamento proposta em 2008 foi votada e 93% da população se negou a pagar a dívida e ainda pediram as investigações para que os verdadeiros responsáveis da dívida fossem condenados.


Assim começou uma série de investigações que culminaram com a prisão de vários executivos de bancos estrangeiros, que foram presos e mantidos em celas comuns, sem mordomias e sem levar em conta os consulados de outros países e suas leis. O problema foi tão grande que a Interpol emitiu um comunicado para que todos os executivos dos bancos estrangeiros deixassem o país, estando ou não envolvido em esquemas financeiros. Tudo porque não poderiam intervir dentro do país.

Por conta de todo esse processo, em 2010, o povo novamente se união para criação da nova constituição, baseada nos erros que levaram o país a falência em 2008. Uma forma de evitar com que os mesmos erros fossem cometidos futuramente. Para isso foram selecionados 25 cidadãos, sem nenhuma filiação política, dentre 522 pessoas que se apresentaram como representantes de grupos sociais organizados.

Um plano de ações que levou o país a ser reconhecido em 2011, pela Organizações das Nações Unidas (ONU) como o terceiro país mais desenvolvido do mundo, mesmo passando pela falência de três anos consecutivos.

Hoje o país é reconhecido mundialmente pela prioridade que dá à educação, tendo todos os adultos, sem exceção, formados em alguma área de conhecimento superior.





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