Raulzar! (24 anos sem Raul)



Poucas palavras têm tantos significados como o verbo “Raulzar”, são muitas as utilidades para esse termo tendência, que começou a ser construída nos anos cinquenta, com uma consolidação nos anos sessenta/setenta.

Mas a língua portuguesa nunca adotou esse termo da construção civil e social, que nos anos setenta segurou tantos jovens e adultos em torno de uma sociedade alternativa que realizava verdadeiras metamorfoses ambulantes nos atores sociais, em seu dicionário formal.


Por conta disso o termo foi perdendo sua força, sendo usado apenas em rodas de amigos alternativos, e mesas de bar contraventoras de uma sociedade de consumo.

Mas o que está em torno desse verbo? Como podemos verificar as suas aplicações em nossa sociedade?

Rauzar: ato de se fazer diferente; de colocar a cabeça na frente dos bois e falar eu posso pensar e daí; ato de tentar animar uma festa; fazer-se presente na igreja dos bêbedos; e forma de reunir força de uma minoria em frente a uma sociedade consumida pelo poder.



Mas como ele pode ser aplicado no cotidiano?

O termo pode ter sua gênese no fazer diferente, no simples ato de acordar em uma sexta-feira e falar “Hoje Quero Rauzar”, ou seja, me divertir, ter conversas construtivas e ao fim ter um tempinho para uma dose álcool.

Outra aplicação que pode ser atribuída a essa tendência é o de substituir a palavra “merda” usada no teatro como boa sorte para “Raul”, pois como o pai dessa tendência afirmava, “eu sou tão bom ator, que me finjo ser compositor e interprete e as pessoas acreditam”.

Mas sem dúvida o termo mais usado é na hora de animar aquela festa chata, com pouca bebida e que não promete nada. “Toca Raul” é a frase mais usada por aqueles que já tomaram um pouco além da conta e consumiram o álcool que uma pessoa normal consumiria em um ano (Quase Nada).

O verbo também pode significar força e reunir os últimos empenhos de um grupo contra uma sociedade que o cerca e os diminui, como exemplo podemos citar a produção cinematográfica de Zack Snyder, que narra a história de 300 homens que lutam pela liberdade de seu povo, e em momentos de aglutinação de bravura gritam “Raul! Raul! Raul!”.

Há também a desvirtuação da palavra que pode ser usado em uma frase celebre que sempre acontece quando um ser acéfalo resolve comer aquele hambúrguer após ter tomados cerveja whisky, vodka e vinho, em um intervalo de tempo mínimo. Não Dá Outra!. “Chama o Raul”.

Viu? São várias as formas de aplicar esse termo que está muito presente em nossa vida. E diferentemente da forma que você costumar aplicar a palavra, nessa sexta-feira tenha uma boa ‘raulzada’.

Por:
Anderson Calandrini

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