Coração Dividido!!!
A um grande numero de pessoas que vieram e adotaram o Amapá, como sua nova terra, e não podia ser diferente, pois o estado sempre receber novos moradores com uma forma calorosa, que só quem veio pode sentir.
Isso foi o que aconteceu com minha família, quando eu tinha seis anos de idade, minha mãe veio atrás de melhores oportunidades de emprego, então Eu (Anderson) em 1997 peguei o avião BLM/MCP.
E aqui estou até então, me considero amapaense de coração, mais não pude deixar minhas raízes de lado, pois em minha casa sempre se teve um amor muito grande pelo Pará.
Mas fica uma dúvida no ar, em alguns casos quando estou demonstrando meu amor por minha terra natal, passo por diversas situações. Uma delas aconteceu semana passada, quando estava indo para a faculdade, vestindo uma calça jeans e uma camisa com a bandeira do Pará, e atrás com os dizeres “O Pará é Pai D´égua”.
Uma pessoa que estava sentada algumas cadeiras atrás de mim fez o seguinte comentário.
“Esses paraenses vêm pra nossa terra, tomam nosso açaí, e depois ficam se esbanjando com essas camisas, menosprezando o estado que lhe dá sustento.”
E então se alguém me perguntar qual minha terra natal devo responder o que? Para não ofender minha dupla-natalidade.
Devo Cantar?
Flor do Grão-pará - Chico Senna
Rosa flor, vê quanta mangueira
e o cheira-cheira do tacacá.
Meu amor, ata a baladeira,
embalança a beira do rio mar.
Belém, Belém, acordou a feira
que é bem na beira do Guajará.
Belém, Belém, menina morena,
vem ver o peso do meu cantar.
Belém, Belém, és minha bandeira,
és a flor que cheira no Grão-Pará.
Belém, Belém do Paranatinga,
do Bar do Parque, do bafafá.
Bem-te-vi, sabiá, palmeira,
não, não baladeira, deixa voar.
Ou
Meu Endereço - Zé Miguel
Meu endereço é bem fácil
é ali no meio do mundo
onde está meu coração meus livros
meu violão
meu alimento fecundo
A casa por onde paro
qualquer carteiro conhece
é feita de sonho e linha que brilha
quando anoitece
Na minha casa se tece
mesura na luz do dia
pra afugentar quebranto na hora da fantasia
É fácil o meu endereço vá lá quando
o sol se pôr
na esquina do rio mais belo
com linha do equador
Então pra não ofender minha dupla-natalidade, resolvi me declarar nortista e cantar.
Jeito Tucuju - Val Milhomen e Joãozinho Gomes.
Quem nunca viu o Amazonas
nunca irá entender a vida de um povo,
de alma e cor brasileiras,
suas conquistas ribeiras,
seu rítmo novo.
Não contará nossa história
por não saber ou por não fazer jus
não curtirá nossas festas tucujus.
Quem avistar o Amazonas
nesse momento
e souber transbordar de tanto amor
esse terá entendido
o jeito de ser do povo daqui.
Quem nunca viu o Amazonas
jamais irá compreender a crença de um povo,
sua ciência caseira,
A reza das benzedeiras (O dom milagroso)
Quem avistar o Amazonas
nesse momento
e souber transbordar de tanto amor
esse terá entendido
o jeito de ser do povo daqui.
Pois o norte é uma só família, e todos os estados têm sua importância na região.
Então cheguei à conclusão que não estou com o coração divido e sim com ele muito bem preenchido com minha dupla-natalidade.
A maioria dos meus amigos tem Macapá como cidade de coração, eles dizem que apesar de não terem nascido, crescido, serem criados aqui, devem muito as nossas terras. Eu não sinto como se meu lugar fosse aqui, mas tenho grande paixão pela minha cidade.
ResponderExcluirAcho que as pessoas que criticam ao verem alguém vestindo a camisa da sua cidade não sabe o que é ter um coração dividido.
Sem mais, eu gosto das três músicas do post :)
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